terça-feira, 30 de novembro de 2010

Crime...

 
“…E de repente eu me pego pensando em você… Nesse teu jeito único de me olhar, de me esperar e de perceber o meu andar torto, curto e meio arcado quando caminho em sua direção. Só no reflexo dos seus olhos eu me acho assim, linda… Com todos os meus defeitos. Vai ver porque você também assim me vê. Ou não, não importa. O que importa é que você está ali, parado, observando a minha chegada. E quando eu chego perto, é tarde demais para dizer que não; um abraço já veste a minha pele e o silêncio que fazemos grita todo um mundo de saudade. Eu to aqui pensando no jeito que você toca meus cabelos com a ponta dos dedos sem querer desarrumá-los e me beija… Doce, suado… E depois fala da vida, do mundo, do futuro e do passado com a mesma magia com que fica calado. É tão fácil te querer e, em contrapartida, é sempre tão confuso não te pertencer. Daí eu chego em casa, deixo as sandálias na porta e tomo banho correndo - faço isso na tentativa desesperada de tirar de mim qualquer prova de um contato contigo… O seu cheiro, o seu gosto, o seu toque… Mas não adianta. Sua lembrança está marcada no meu rosto e no meu desejo. Então eu me enxugo, mordo uma maçã que estava sobre a mesa e me sentencio; eu posso estar errada, mas te querer é um crime que compensa.”

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Feliz...

"Hoje a felicidade mora em mim; não porque eu a tenha buscado, mas porque quando ela bateu em minha porta, permiti que entrasse."



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Momento único

“… Mas tudo que eu sinto nasce de um só lugar: do beijo dele. Daquele momento único onde me permito doar tudo de mim… Eu não sei explicar direito, mas é um beijo com sintoma de amor… de paixão, de entrega - ainda que isso tudo não seja assim, tão palpável… Ele tem a boca mais gostosa e doce entre os que eu já me dei… Eu tento ser forte; tento evitar o beijo que me faz ser fraca… Mas de nada adianta, eu sempre fico impotente quando ele me abraça…”

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Do teu passado

Se eu sei te perder? A resposta é não. Nem aceitar. Seria duro demais, eu não aguentaria. Eu sei te amar - parece mais sensato, até por tudo que eu já sinto. Confesso que quando ouço coisas a seu respeito me sinto um tanto desordenada, perdida. Quase que num labirinto, só que sem saída. Mas, ao invés de tentar fugir, eu sento no chão e fico ali parada, pensando, tentando descobrir um motivo para justificar as tuas falhas; essas que me atingem só porque já faço parte do seu mundo. Depois eu levanto, pulo o muro das minhas próprias dúvidas e te defendo. Aliás, eu te defendo sempre, até de você mesmo e isso me assusta um pouco. Falando a verdade eu também acho impressionante essa minha capacidade de aceitar os teus erros e as tuas imperfeições. De gostar de você sem me preocupar até que ponto você já sente ou faria o mesmo por mim. Logo eu, que sempre fui tão sensata, tão pés no chão. Acho que me tornei uma pessoa egoísta, porque reconheço que só te compreendo para poder continuar te amando.  Só para ter a chance de estar ao seu lado e poder ganhar o teu sorriso. Aquele que me desconcerta e que você tanto insiste em dizer que não gosta. Eu não faço a menor ideia da proporção que estou aí dentro de você e nem da força que te faz estar junto a mim… Mas o sentimento existe, então eu não questiono, só peço: continua fazendo a sua parte, que é a de me abraçar daquele jeito. O resto deixa comigo, eu sei como me sentir amada por você. Teu espelho continua sendo os teus olhos e eu me vejo neles, como se já fizesse parte da sua história. Por onde você andou no passado? Não me interessa saber… Os caminhos lhe trouxeram até aqui, ao meu lado… E eu te amo no presente, no agora… Porque no teu passado eu nem sabia que você seria tão importante pra mim.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Diário

Eu sei que preciso ir, só não consigo. Sinto medo de imaginar como vai ser sem você. Eu já sou tão nós dois que me falha o pensamento tentar medir o estrago que a tua ausência vai causar. Pra mim não é tão simples dizer adeus. A dor é mais intensa, me absorve de uma forma que não sei explicar. Sei lá, parece que tem vida própria e, como consequência, um jeito próprio de se manifestar também. Se eu disser que não sinto vontade de gritar, desligar o telefone e sair batendo portas como você faz é mentira. Estou aqui louca e confesso que às vezes tudo me irrita; até te olhar. Mas é só às vezes, porque na maior parte do tempo, o consolo para as minhas aflições é saber que você existe, que está ao meu lado, e que ainda que não me ame como eu acho que mereço, se importa comigo. Eu sei que somos diferentes, que isso pesa, cansa. Mas o amor não nasceu só para os iguais; ele é pra todo mundo, até pra mim que sou assim, estranha, romanesca. E entre tantas funções, o amor serve pra isso, para equilibrar as disparidades. Quanto a você, eu não quero que você mude; gosto de você assim, com as suas imperfeições. Elas se confundem com as minhas e, além disso, eu sempre estive comprometida a me ajustar. Na verdade, tudo o que eu mais queria agora era sair ao teu encontro, agarrar no teu braço e perguntar se você não pode me pedir para ficar… Mas não, de novo estou aqui falando, escrevendo no nosso diário, nas páginas que dizem mais sobre mim do que qualquer um pode contar… Mas é só um papel, quem dera você pudesse escutar…