quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sobre o presente....

Há quem diga que eu mudei. Que já não sou mais a mesma. Se surpreendo ou decepciono com isso não sei, mas a verdade é uma só: sim! Orgulhosamente eu mudei! E o fiz, porque compreendi que a nossa capacidade de escolha é a nossa maior liberdade!

Mudei porque escolhi ser livre. Livre de pesos e culpas. De mágoas ou angústias. De ódio ou rancor. Livre para entender que estou onde meus pensamentos me levam e que o meu futuro, depende exclusivamente da qualidade do que penso.

Não há mais espaços em mim para a dúvida ou para a futilidade. Sofrer ou sorrir tornou-se apenas uma questão de escolha. Afinal, ninguém pode me dar paz a não ser eu mesma. Portanto, posso ser feliz ou infeliz na mesma proporção, sem depender de estímulos externos.

Estou longe de emoções. E por buscar a cada dia um equilíbrio entre o pensar e o agir, posso admitir que não sou nada além do que minhas próprias atitudes! Boas ou más? Depende da interpretação de cada um.
A vida é um palco! Mudam-se os personagens, mas a história permanece a mesma. O que fazer? Pensar por si mesmo e em si mesmo! Aprender e mudar sempre. Não se estagnar, acompanhar o ritmo das coisas. Deixar de ser fantoche e virar protagonista da própria história, fazendo dela uma possibilidade de mudar o mundo, que não está ameaçado pelas atitudes, mas sim pela covardia de não tentar mudar. Eu mudei!!!!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Motivos???

Motivos eu não tenho...

Eu só queria te olhar,
Desvendar os teus segredos,
E em teu colo me deitar...

Eu não tenho motivos...

Eu só queria te sentir, te ver sorrir
E justificar essa saudade
Que não pára de incomodar

Pra quê motivos?

Eu só queria te encontrar
Te abraçar, te tocar
E meio sem jeito, outra vez te beijar

Sem ter motivos
Eu queria falar que te amo
Que te adoro,
Que de ti preciso

E é assim, sem motivos

Que sem medo eu digo,
Por você eu vivo,
Sem você... só sobrevivo!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Acordei assim...


Hoje eu acordei assim,
Com vontade de me cobrir de corpo, de pele.
Acordei com sede de rotina, de abraço, laço...
Vai ver é saudade...
Algo que eu ainda não consegui traduzir.
Na verdade nem sei se um dia chegarei a fazê-lo.
Mas se não for saudade é algo bem semelhante.
Talvez falta...
Só não sei dizer de quê ou de quem...
É uma sensação de frio constante...
Como se o inverno
Estivesse nascendo de dentro de mim.
Meu coração está mesmo gelado
E confesso que sinto medo.
Medo que rache como os
Grandes icebergs em confronto
Com o calor.
Esse, o de vida...
Na verdade já rachou,
Porque hoje eu acordei assim,
Faltando um pedaço...
Aquele que ainda é um mistério
Até pra mim....

domingo, 20 de junho de 2010

Esse amor....

Eu tenho medo de ser quem sou
Porque sou um mundo quase habitável
E, ao mesmo tempo, uma simples gota...
Essa, que dependendo do olhar de quem vislumbra
Vira um oceano que nunca foi desvendado.
Mas esse medo é ainda maior
Quando penso que te amo.

E eu amo...

Com aquele coração que já não sabe mais ser sem você,
Com toda a extensão que meu entendimento não consegue medir...



Talvez eu tenha deixado de ser eu... Vai saber!
E você, tenha aprendido a ser um pouco de mim...
Mas nada sei...
Só sei que sem esforço a gente vive os dias assim...
A
mando...
O que será depois desse amor também não sei...
Até porque não sei se existe alguma coisa depois que se ama.


Aliás, a gente faz o quê da gente quando é feliz?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A minha brisa....

Porque pra mim
Você é vento...

Esse que quando passa,
Dá sentido ao céu.

Não...

Você é o vento que não passa!
Que fica em mim como perfume.

O cheiro que eu sinto pela manhã
Todas às vezes quando acordo.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Filho de nós dois...

E se tiver que ir... Vá!

... Mas seja esse que se deixa....
Que se faz lembrança.

Porque lembrança traz saudade..
Saudade tem gosto de querer a presença.

E presença é sabor!

Esse, de que se precisa...
Para temperar não a carne,
Mas a alma...



terça-feira, 15 de junho de 2010

Um poema de amor pra mim....

Sabe o que mais me perturba?
Não é que eu seja seu sorriso,
Mas é que você é meu motivo, de sorrir e sonhar...

O que me perturba é que mesmo que eu queira te espantar e fugir
Ou correr, parece que a alma não acompanha.
Fica anconrada no teu porto,
E vivo na luta com meu corpo,
Onde quero andar,
Mas ainda que me mova
O resto simplismente parou...

Parei em você...

E ainda que tenha mil gostos a provar,
A certeza de ter colhido um fruto na árvore da vida e conhecer o sabor,
Não me cede mais que a dúvida,
Mas nunca o interesse humano do desconhecido...

Vai ver a alma se preocupa com o tempo,
Com a segurança do seu porto
Do que com a calunia da juventude eterna,
De sempre se lançar ao mar...

Vai ver morrerei em você,
Tentando fugir, longe da minha alma,
Sendo apenas pele... corpo...


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Só sei que nada sei...


Eu já conheci pessoas de todos os tipos. Já misturei sentimentos e me deixei abater pelo cansaço. Eu já recuei diante de uma tomada de atitude e já paguei o preço da minha falta de coragem. Já me dediquei demais a quem não merecia e já amei incondicionalmente alguém que não me amou com a mesma intensidade.

Eu já fiz barulho quando o mundo me exigia silêncio e já sorri, enquanto todos choravam. Já brinquei de fazer castelo na areia quando o tempo me cobrava amadurecimento. Eu já sonhei com coisas impossíveis e passei noites em claro pensando no dia de amanhã.

Eu já me arrependi por não assumir riscos e me desesperei quando algo saiu do controle. Já roubei beijos em situações inesperadas e já conversei comigo mesma na frente do espelho. Eu já tentei esconder um sofrimento e a angústia da espera pelo dia seguinte. Já me vesti de princesa e sentei à beira de um lago, esperando por um príncipe que logo se tornaria sapo. Eu já fiz escolhas erradas e já me decepcionei com pessoas que se diziam verdadeiras.

Eu já transferi minhas dores para alguém que não tinha culpa. Já gritei com desconhecidos e encontrei amigos quando achei estar sozinha no mundo. Eu já levei “caixote” na praia quando me distraí olhando para o infinito e já peguei o bonde andando, enquanto me preocupava apenas com meus próprios interesses.

Eu já discuti relacionamento para defender minhas causas. Já julguei um erro e fui condenada por muitos que eu não cometi. Eu já saí ferida de uma discussão e engoli “sapo” por não dizer tudo que gostaria.

Eu já pulei o muro em busca de um lugar seguro e já quis me defender de meus próprios medos. Já tropecei na ilusão de acreditar que todas as pessoas são legais e caí da escada do orgulho quando me julguei melhor do que os outros. Eu já andei sem rumo pela madrugada em busca de uma solução para os meus problemas e já peguei o ônibus errado, descobrindo novos caminhos.

Eu já magoei alguém sem querer e fui magoada na mesma proporção. Já escrevi poemas na busca desesperada de conseguir expor meus sentimentos e já me omiti em determinadas situações. Eu já dei conselhos que não foram seguidos e já segui por caminhos que jamais imaginei trilhar.

Eu já levei bolo de alguém e voltei para casa com gosto de guarda-chuva na boca. Já parti sem nem aos menos dizer adeus e sofri enquanto estive longe. Eu já vi pessoas que eu amava muito indo embora e já senti saudades daquelas que nem eu mesma sabia que amava.

Eu já conversei com Deus em momentos de tristeza e já prometi dar a lua para alguém num dia especial. Eu já quis ser um pássaro, um tigre, uma mosquinha. Já me esforcei para ser melhor do que sou e nunca entendi o porquê das pessoas serem como elas são. Eu já li Kafka e gibi da turma da Mônica e pude tirar proveito das duas situações.

Eu já senti raiva de alguém. Já ri da barriga doer e já provoquei sensações desagradáveis em algumas pessoas. Eu já falei na hora errada, ao mesmo tempo em que disse coisas que não devia. Já deitei na cama e chorei por não conseguir mudar uma situação. Já errei acreditando no milagre do perdão.

Eu já me decidi e me equivoquei. Já voltei atrás em decisões que achava ser as melhores e já dei várias chances para um novo recomeço. Eu já dei o braço a torcer quando meus argumentos não eram tão válidos e me calei, quando minhas idéias não eram tão necessárias.

Eu já peguei um resfriado depois de um dia de chuva e já me bronzeei mais do que devia. Eu já cantei para espantar os males e dancei para animar meu espírito. Já chutei o “balde” em situações extremas e já falei palavrão para expressar minha insatisfação. Eu já tapei os ouvidos para não ouvir uma bronca e desejei ser invisível em momentos de vergonha. Enfim, eu já vivi tantas coisas que me ensinaram a viver, que hoje me admiro, quando alguém consegue dizer, que o passado é algo que precisa morrer.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Uma felicidade sem motivo aparente

Tem dias que não venho até aqui postar nada. rs. Se puder explicar o porquê, resumo em duas palavras: estou bem. Ontem, comentei com uma pessoa especial o fato de não estar conseguindo escrever, produzir, falar de coisas, fatos... Sei lá... Tive um bloqueio repentino. Desses que não te deixa pensar sobre nada. Depois de refletir um pouco, cheguei a conclusão de que eu fico “meio burra” quando estou feliz. Burra talvez não seja a palavra correta. Incapaz me classificaria melhor. Na ocasião, chegamos a cogitar a possibilidade de provocar algum tipo de sofrimento só para que o meu rendimento voltasse ao normal... Dois anormais...kkk.. Enfim....

Mas esse fato de “emburrecer” quando estou feliz não é novidade. A lógica? Acho que as palavras cedem lugar aos sentimentos e, ao invés de tentar explicar ou justificar qualquer coisa, eu me permito sentir apenas. Como fechar os olhos à beira de um penhasco e deixar o vento bater no rosto. Não há palavras que justifique a sensação. Como parir um filho depois de 9 meses de espera. Não existe “livro” que dê conta da dor e da emoção. É estranho ter consciência do “estar feliz”. Ainda que por algum momento. É estranho sorrir por nada. Porque no geral a gente é tão carrasco de si mesmo.

Há quem me ache uma pessoa introspectiva. Que só fale de sofrimento, tristezas ou coisas parecidas. Não está errado! Sou sim. Gosto de tratar daquilo que os outros desprezam. Tenho facilidade de escrever quando estou sofrendo, triste. E quando falo de sofrimento, não me limito às questões do amor entre um homem e uma mulher. É no geral mesmo... Relações... Todas! Acho que fico mais solidária nesse período, mais amante... Comigo e com meu semelhante. Um olhar meio que de compaixão. Aquele de conforto, que transmite a mensagem: “ei, eu também já passei/passo por isso. Você também pode superar”.

E como superar é uma questão de escolha, aprendi que ser feliz também é. Independente do que aconteça depois. A felicidade é apenas um olhar, não uma constante. Bem como a tristeza, a angústia, etc. Tudo passa e tudo muda. Assim como eu, que não sou a mesma hoje e nem serei a mesma amanhã. Por isso to tentando "me ver" feliz. Olhar pra mim com mais carinho, mais afeto. Estou me dando as chances que de fato mereço... Tô nessa de me permitir, sem cobrar do outro ou esperar pelo momento seguinte. Porque o outro é imperfeito, sempre vai me magoar e o momento seguinte também é uma espécie de sempre... ou seja, uma incógnita.

De repente eu descobri que me castigava demais quando queria muito viver o futuro sem passar pelo presente. Sem viver o agora, o hoje... Então me dei conta de que o que realmente importa é o aqui. O momento em que tudo se constrói.

É, acho que escolhi viver... Sem pensar no que vai ser amanhã... Se é errado eu não sei... Mas tem funcionado, por hora. Sei que em breve meu olhar vai mudar... Talvez eu volte a ficar triste, mas o que importa? Eu ainda não cheguei lá.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

É impossível ser feliz sozinho?


Hoje em dia é comum ouvir as pessoas reclamando da solidão ou chorando o fato de estarem sozinhas por não conseguirem alguém que atenda as suas necessidades emocionais, sentimentais, sexuais... Enfim... Algumas - em suas razões - enfatizam a perda de valores como fidelidade, perdão e união como os responsáveis pela onda solitária que as atinge.

Eu até concordo e destaco que, dependendo da ressaca, essa onda provoca grandes estragos: depressão, estresse, pressão alta, tonteira, entre outras doenças oportunistas e totalmente ligadas ao sistema emocional... É certo que solidão não faz bem nem para bibelô de estante, mas é preciso distinguir que em alguns casos, ela não é tão ruim quanto se pensa.

A maioria das pessoas sofre de solidão porque não se dá conta de que "ser sozinho" e "estar sozinho" são coisas totalmente distintas, e embora pareçam semelhantes, possuem valores opostos. No meu ponto de vista, estar sozinho é uma questão de escolha, enquanto ser sozinho é falta de escolha...

É simples entender... Você pode estar sozinho sem ser sozinho... Pode não ter ninguém para beijar, mas ainda assim ser cheio de amor por si mesmo... Estar sozinho é, de fato, não ter companhia para o cinema, barzinho, praia, shopping... Mas é prazerosamente fazer companhia a si mesmo e ter a convicção de que fez a melhor escolha.

 A quem ainda não percebeu, mas "ser sozinho" é dolorosamente pior do que "estar sozinho..." É simplesmente, em algum momento da vida, ter se perdido... Ter se abandonado a ponto de não perceber que a solidão reclamada é o vazio que o seu próprio "eu" deixou, e não aquilo que o outro não preencheu...

Ser sozinho é não ter amigos... É ter esquecido o valor de um sorriso, é se fechar para o mundo e não mais se aceitar como é... É sofrer com a dor de não conseguir mais chorar, e mesmo se conseguir, chorar coisas, não pessoas e sentimentos... Ser sozinho é ter perdido a capacidade de entender o próprio coração. É não saber mais se perdoar, ao mesmo tempo em que enfatiza nos outros apenas os defeitos, deixando de fora qualidades e atitudes positivas.

Estar sozinho é "quase sempre" uma questão de tempo... É ajuste, interrogação... É ainda não ter encontrado o seu parecido... Mas é também não desistir da busca e, ser achar o máximo, cada vez que se permite tentar... Ser sozinho pode "ser para sempre..." É constante subtração... É obrigatoriamente ter que dividir consigo mesmo os dias e as noites, sem a certeza de que em algum lugar no mundo alguém sente a sua falta...

Ser sozinho é não saber pedir desculpas a si... É, na maioria das vezes, valorizar demais o orgulho e não deixar espaço para reconhecer as próprias falhas... Já estar sozinho é um "egoísmo saudável" e pode até fazer bem... Significa ter um tempo para se descobrir... Sorrir do nada, lembrar momentos, se ajustar... Em alguns casos, é quase uma reflexão... Ser sozinho, não! É carregar na bolsa aquele cigarro que se fuma por aflição... É praticamente apagar a luz da alma, e ao mirar-se no espelho, enxergar apenas a matéria e não mais a emoção...

Estar sozinho é a dúvida de não saber o que comer diante de um menu repleto de opções... Mas é também se permitir experimentar e encontrar algo que satisfaça seu paladar exatamente por saber o que lhe agrada... Ser sozinho é ser o próprio menu... É ficar à espera de ser escolhido... E se não for, voltar para casa com o peso da culpa nos ombros e a sensação de incapacidade na bolsa.

Estar sozinho não tem mistério porque é somente uma questão de "ser ou não ser de alguém", e torna-se escolha porque se procura o seu "parecido", o que não quer dizer que não exista "alguém"... O estar sozinho pode significar beijar muitas bocas e não ter nenhuma para chamar de sua... Pode ser o "encontrar de vez em quando" e fazer sexo sem amor... É muitas vezes companhia com data marcada... Liberdade de optar se agenda ou não um novo encontro...

Estar sozinho pode ser até originário de um "fora" ou dificuldade de achar alguém, mas é, sobretudo, confiança em si mesmo... É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento sempre que o anterior lhe dá adeus... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade... Se essa não vier na primeira, na segunda ou na terceira, tenta-se na quarta, na quinta, na sexta vez e assim por diante... É definitivamente não se deixar abater ou até mesmo ser "escolhido"...

Ser sozinho é descaradamente não se amar, não se achar lindo, não se bajular, não se admirar, não estar disponível para si, não querer melhorar como pessoa e culpar os outros por seu fracasso emocional...

Dizia o poeta... "Amar se aprende amando", portanto, para deixar de ser sozinho é preciso primeiro aprender a se amar, a se valorizar, a se respeitar, a se priorizar e a se conscientizar de que ainda sozinho, se basta...

Mas deixar de "ser" é mais difícil do que deixar de "estar"... Porque para deixar de ser sozinho não basta "ter alguém", é preciso antes de tudo, aprender a descobrir-se feliz por estar em companhia de si mesmo... É libertar-se do medo da solidão, e estar disponível para que as surpresas da vida realmente possam aparecer...

E partindo por esse lado, discordo do nosso saudoso Tom Jobim, quando afirma em uma de suas canções que "é impossível ser feliz sozinho..." Tudo é possível para quem SE AMA... Até mesmo ser feliz... "SOZINHO."