terça-feira, 30 de novembro de 2010

Crime...

 
“…E de repente eu me pego pensando em você… Nesse teu jeito único de me olhar, de me esperar e de perceber o meu andar torto, curto e meio arcado quando caminho em sua direção. Só no reflexo dos seus olhos eu me acho assim, linda… Com todos os meus defeitos. Vai ver porque você também assim me vê. Ou não, não importa. O que importa é que você está ali, parado, observando a minha chegada. E quando eu chego perto, é tarde demais para dizer que não; um abraço já veste a minha pele e o silêncio que fazemos grita todo um mundo de saudade. Eu to aqui pensando no jeito que você toca meus cabelos com a ponta dos dedos sem querer desarrumá-los e me beija… Doce, suado… E depois fala da vida, do mundo, do futuro e do passado com a mesma magia com que fica calado. É tão fácil te querer e, em contrapartida, é sempre tão confuso não te pertencer. Daí eu chego em casa, deixo as sandálias na porta e tomo banho correndo - faço isso na tentativa desesperada de tirar de mim qualquer prova de um contato contigo… O seu cheiro, o seu gosto, o seu toque… Mas não adianta. Sua lembrança está marcada no meu rosto e no meu desejo. Então eu me enxugo, mordo uma maçã que estava sobre a mesa e me sentencio; eu posso estar errada, mas te querer é um crime que compensa.”