terça-feira, 27 de julho de 2010

Só depende de você, de mais ninguém....


Chorar não vai resolver e nem mudar uma situação que talvez pudesse ter sido evitada... Ou não! Às vezes, o incompreensível toma forma em nossas vidas para que possamos entender o real significado das coisas.

Às vezes, o que acontece é contrário à nossa vontade para que saibamos valorizar pessoas e não coisas. Para que aprendamos a sorrir mais e sofrer menos. Ou definitivamente sofrer por nada, porque nada vale o nosso sofrimento. Pois quem te merece de verdade, nunca lhe fará sofrer. Ou até fará, porque ninguém é perfeito. Mas pode ser humilde o suficiente para reconhecer que errou e pedir perdão. Se não o fizer, esqueçaI Esse alguém está longe de fazer jus às suas emoções.

Situações mudam constantemente. Sendo assim, não adianta se torturar. O que aconteceu no passado tem suas razões para não estar no presente. Então, aprenda a se desprender dos fatos. Deixe o que é passado ser passado. Siga o fluxo! Problemas todo mundo tem e todo mundo continua seguindo. Apenas os fracos desistem.

Aprenda a guardar somente o que é importante... E o que não for, jogue fora... Ainda que sejam pessoas. Amigos a gente conta nos dedos, amores, nos frutos das árvores... Sempre é tempo de nova colheita...

Não dá para sepultar o passado ou enterrar a realidade assim de cara. O jeito é ter paciência até que se cure a ferida. Esse sem dúvida, é o melhor remédio. O tempo nem sempre é um aliado, já que os resultados não são tão rápidos assim. Mas ele é o único que pode lhe dar uma certeza; a de que a tua caminhada ainda não terminou...

O céu também fica cinza de vez em quando, sem estrelas e com nuvens... E fazer chover não é uma doença, é uma arte. Aquela, onde se consegue transformar o preto mais medonho, num azul bem brilhante. Então faça chover na sua vida também. Transforme aquele bando de sentimentos ruins que você carrega, em azul brilhante e note que até a mais monótona das criaturas vai perceber sua mudança. Se é que essa mudança precisa realmente ser percebida por alguém além de você mesmo!

Amanhã é um novo dia, logo uma nova oportunidade de fazer e Ser diferente. Faça! Só depende de você... De mais ninguém.


terça-feira, 13 de julho de 2010

Aqui dentro de mim...

 
Importante não foi ter conhecido você...
Foi ter essa certeza de que eu já te conhecia.
Talvez de outra vida
Ou de um passado desconhecido, não sei...

Não!!! De outra vida é muito longe...
Eu te conhecia daqui mesmo, de perto.
De dentro de mim,
De tudo que eu desejava que alguém fosse.
De tudo que eu sonhei e acreditei ser possível.

Eu te conhecia nos meus desejos mais profundos e ocultos.
Das minhas noites de insônia...,
Quando pedia a Deus que trouxesse o que me completava.

Eu te conhecia como extensão de mim.
Nos meus momentos mais sem graça e sem importância...,
Quando o que eu mais ambicionava era alguém que me salvasse.
Alguém que me fizesse companhia junto aos dias
Que pareciam não ter fim.

Sim, eu já te conhecia...
Daqueles dias chuvosos e das noites escuras...,
Quando o frio era tão intenso que eu ficava
A desejar um abraço que aquecesse a alma...

É meu amor...
Eu já o conhecia....
Porque mesmo antes de ganhar você,
Eu já te queria...


segunda-feira, 12 de julho de 2010

"Self Service Humano"

Tem horas que me desespero ao perceber o mundo. Chego a me sentir deprimida com o egoísmo que se alojou em nosso interior. A falta de tato para lidar com o próximo e a total falta de respeito por nós e pelo outro me apavoram. Não é difícil notar: as pessoas não se respeitam mais... Até o amor, que antes era o ápice das relações humanas, perdeu-se dentro dessa selva famigerada que vivemos.

Talvez eu esteja passando por um momento muito pessimista de ser, mas pessimista ou não, me recuso a ver as coisas de outra forma. Pra mim é muito claro: a cada envolvimento "por aparência", seja apenas beijo ou carnalmente sexo, morre um pouco da esperança de alcançarmos o tão sonhado "dias melhores..." É lógica: não se pode ter dias melhores com pessoas tornando-se cada vez piores...

O mundo virou um enorme "closet" e nós, meras roupas... Você experimenta aquela que aparentemente lhe agrada, usa e troca logo em seguida. Às vezes nem se chega a usar, só experimenta mesmo e horas depois está escolhendo outra... E outra... E outras...

Mesmo ainda não sendo uma "balzaquiana", já começo a sentir um peso nas pernas, algo que me impede de caminhar em direção à utópica modernidade do "ficar". Sintomas da caretice? Pode até ser... Mas não reluto em confessar: careta ou brega, acho sim que "ficou" tudo muito banal...

Antes existia apenas o namoro, o noivado e o casamento... Hoje tem o sair, o beijar, o pegar, o fazer sexo, o lanchar, o morar junto, o dividir um teto... Enfim, perdeu-se aquela magia do conhecer, do se envolver... Perdeu-se o sabor da "paquera", da conquista, do esperar o telefone tocar... Às vezes por horas ou dias, pouco importa... Mas ele tocava. A famosa construção da reação. Não sei se sólida, pois nem sempre produzia bons frutos, mas e daí? Esperava-se por ela... Acreditava-se... E hoje? O que esperar? Acreditar em que?

Nada! É tudo muito rápido... "Detalhes tão pequenos de nós dois..." Que detalhes? Não há tempo para detalhes. "O que começa rápido, termina rápido". É como construir uma casa... Se não for bem arquitetada, detalhada, desaba! E a cada segundo que passa, bilhões de "construções" desabam no mundo. O resultado? Pessoas emocionalmente feridas, cada vez mais traumatizadas e totalmente despreparadas para arquitetar uma nova obra...

O grave da situação é que não existe nem sexo e nem idade para construir e destruir, usar e abandonar... É livre... Um verdadeiro "self-service humano"... Mas como nada é tão simples quanto parece, a dúvida chega. E escolher entre as diversas opções, a peça que lhe aquecerá do frio das ruínas que se originaram com a ação do tempo, passa a ser um desafio praticamente impossível de ser vencido.

E na indecisão do que já não mais satisfaz os olhos, o engenheiro (a) moderno (a) abandona as roupas, busca no reflexo do espelho do banheiro algo que preencha o vazio do coração e volta pra cama...

Agora já não mais sozinho: está acompanhado (a) da única "escolha" que lhe restou... A solidão!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Uma estação.....

"... Depois que me conheci, descobri que jamais me conheceria. Sou um idioma sem tradução. Um horizonte não alcançado. Tenho segredos que não contei nem a mim mesma; não sei em qual momento posso me trair. Só Deus os conhece de fato. Sou assim, feita de emoções. Posso significar um perigo constante - não para quem se aproxima, tenho bom senso. Mas para mim mesma. Às vezes me falta equilíbrio, ou sendo bem sincera, me falta um coração mais adulto, mais egoísta e menos emotivo. Sinto um gosto meio amargo ao confessar que essa parte minha não amadureceu, que insiste em ser criança. Essa, que sorri quando recebe o menor dos afagos e chora quando é deixada para trás. E eu sofro por isso. Não por ser o que sou, mas porque não sei lidar com o que os outros são. Não aprendi. Acho que fugi dessa aula ou então fui reprovada. Tem horas que me bate um medo, esse de não saber com quem lido. Sendo assim, como lido? É uma incógnita, uma dúvida constante. E a única opção que resta é seguir, ainda que esbarrando em gente que também busca respostas em mim. Definitivamente eu não sei de ninguém, mas espero que ninguém também mais saiba de mim. Não quero ter minha alma revelada e ser pega de surpresa por uma onda que desarrume o meu castelo. Eu quero ser assim pra sempre, uma caixinha de surpresas. Um imã, que atraí e às vezes repele... Uma estação para quem desce, parte ou apenas passa... Um ponto, para quem espera e para quem se vai... É, descobri que quero ser apenas porto; o abraço da chegada e o adeus da partida... E sinceramente? Mesmo tentando me decifrar, continuo sem saber o que o mundo espera de mim... Mas que diferença fará? Enquanto ele espera, eu vou continuar a caminhar...."





quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vidraça

Eu queria ter um coração de pedra,
Esse que também sabe ferir.
Eu queria sim um coração de pedra,
Só para poder fingir que nada sinto e
E mascarar qualquer emoção que
O meu coração de manteiga consegue emitir.
Ah!! Como eu queria um coração de pedra
Desses que muita gente carrega por aí...
Um coração que não é feito de matéria, só reflexo.
Se alguém tenta tocá-lo, num simples estalo
Desaparece feito poeira.
Eu queria uma pedra bem aqui no peito,
Dessas que constrói e destrói
Com a mesma facilidade.
Essa, que mesmo quando quebrada,
Se divide em mil pedaços
E pode viver assim, partida...
E sem chorar.
Mil pedaços de uma só pedra?
Que vantagem há?
Poder estar inteira,
Ao mesmo tempo,
Em mais de um lugar...
Ah, essa pedra...
Que passeia pelos cantos
E depois se põe a atacar.
Mas enquanto isso eu fico aqui,
Impotente... Da janela,
Observando o meu coração inocente
Que brinca de construir castelos na areia da praia...
Ele logo será alvo dessa pedra que passa...
Ai meu Deus...
Eu queria um dia
Deixar de ser vidraça!