quinta-feira, 15 de abril de 2010

O amor é só uma plantinha

A dor é um instrumento. Não a use para se ferir. No máximo, permita que lhe provoque apenas um pequeno incômodo. Desses que te fazem buscar meios para eliminá-lo. Se por acaso se machucar, não permita que o ferimento crie casca de imediato. Deixe sangrar até ver com clareza que cicatrizou. Não siga achando que sentir dor é normal. Reagir também é uma forma de provar que está vivo, portanto reaja. Lute contra o que te deixa inquieto.
Dor emocional é percepção, não o fim das possibilidades. É sem dúvida gosto de vazio, solidão, mas nunca estagnação ou desistência. O amor dói. Sempre doeu e não existe uma fórmula mágica para lidar com isso. O segredo é criar coragem e viver, assumindo todos os riscos que a vida engloba, entre eles, perdas. O amor pelo outro nasce em nós, portanto é nosso, se movimenta e cresce segundo o nosso próprio querer. Então porque deixar que ele te deforme?

“Seu amor” foi embora? Nunca! Esse só vai quando permitimos que se vá. Quem se foi é tão gente quanto você, porque sentimentos não se materializam; não abrem portas e saem ou desligam o telefone dizendo adeus. Então, não se preocupe. O amor que você sente, ainda é seu, e sendo assim, é capaz de conforta-lo diante das ausências. Basta você direciona-lo para isso. Afinal, o amor dói, mas em contraste consigo mesmo, consola.
Não se sinta o mais injustiçado por estar sendo provado. Relações servem para testar nossa capacidade de superação. E superar sempre nos classifica entre fortes e fracos. Prefira ser forte. Caso ainda esteja desmotivado a continuar, olhe para os lados. Para todos os lados... Imagine o que os outros estão passando e lembre-se, só coisa morta deixa de sentir. Você não está morto. Portanto siga.

Pare de lamentar o que foi, o que morreu. Plante em si mesmo esperança e deixe germinar. O resto o tempo fará. Sempre existe um futuro melhor. Mas para que ele chegue é preciso se desprender do passado. É preciso se livrar dessa dor que muitas vezes, se carrega por opção.

Aprenda a viver com as ausências. Como? Compreendendo que só o sentimento é seu, o outro não. O outro tem liberdade de ir e vir quando quiser. Aceitá-lo em sua vida é uma questão de querer. Portanto, se você o quiser, assuma as consequências. Se não for quisto por alguém, busque outras possibilidades. Elas existem. Basta querer enxergá-las.

Quando a gente entende que não perde o amor de ninguém e sim “alguém”, carne e osso como nós, superar uma perda é mais fácil. Porque manter o amor é que é difícil... Pessoas vão e vem... Nascem e morrem todos os dias. Limitar seus sentimentos a uma só é covardia consigo mesmo. Então faça um esforço. Encare os relacionamentos como regras de probabilidade: sempre existe outra opção e, acima de tudo, aceite o destino: nascemos para o amor, tanto quanto ele para nós. Sendo assim, não adianta sofrer mais do que o necessário, você vai amar novamente... Mais cedo ou mais tarde... Querendo ou não...
... Porque o amor é só uma plantinha voluntária que surge de repente, em meio a paredes de tijolos e cimentos e vai ganhando espaço... É a natureza fazendo a parte ela... Já a dor é essa plantinha crescida, que sem espaço, derruba a parede e avança em direção às outras... Faça a sua parte, aprenda a se podar...



Um comentário:

  1. Cara!!!vc conseguiu externar algo q penso e q nunca consegui externar...adorei!!!

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